quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Estudo sobre a suplementação de colágeno

O colágeno é uma proteína que possui, principalmente, função estrutural em nosso organismo, formando cabos moleculares que fortalecem os tendões e tecidos, promovendo resistência e suporte à pele e órgãos internos. Ele é, sem dúvidas, a proteína mais abundante no reino animal, compondo cerca de um quarto de todas as proteínas do corpo humano. Como um nutriente, é facilmente encontrado na gelatina, sobremesa típica e facilmente encontrada em mercados, mercearias em geral.
colágeno em pó
Em uma correlação com a pele humana, o colágeno é o responsável pela firmeza e elasticidade da mesma. Sabe-se que, a partir dos 25 aos 30 anos de idade, têm-se o inicio de uma desorganização no metabolismo do colágeno, que irá reduzir sua produção e aumentar a sua degradação, resultando no processo de envelhecimento da pele.
É crescente o desejo das pessoas em se manter jovem, bonitas pelo maior período de tempo possível. Para isso, é imprescindível manter a pele saudável. Além do crescente uso de cosméticos, a suplementação de colágeno vem sendo uma das grandes promessas para retardar o processo de envelhecimento, obtendo uma pele menos flácida e de aparência jovial por mais tempo. Por esse motivo, fizemos uma análise de alguns estudos publicados sobre os efeitos ingestão de colágeno sobre a pele.
colágeno na gelatina
Effects of oral ingestion of collagen peptide on the skinhttp://sciencelinks.jp/j-east/article/200614/000020061406A0482755.php
Esse estudo analisou a ingestão diária do colágeno e a sua influencia na hidratação da pele. O estudo foi realizado em seres humanos (mulheres japonesas) e em porcos.  Um grupo de 20 pessoas consumiu 10g de colágeno, sendo a pele deste grupo comparada a de outro com 19 pessoas que não estavam consumindo a proteína. O resultado final foi uma melhor absorção de água pela camada mais externa da pele no grupo humano que consumiu o colágeno. Nos porcos o resultado final foi uma melhora na densidade das fibras colágenas na pele desses animais.
Effect of oral administration of gelatin and collagen peptides on the hydroxyproline content of rats skinhttp://sciencelinks.jp/j-east/article/200209/000020020902A0331157.php
Esse estudo comparou a ingestão de gelatina (colágeno parcialmente hidrolisado ou quebrado) com a ingestão de peptídeos do colágeno (pequenas frações do colágeno) em ratos. A conclusão final desse estudo foi a que os peptídeos do colágeno teriam maior probabilidade de exercer um melhor efeito sobre a pele do que a gelatina.
Effects of oral ingestion of collagen peptide on UV-B-Induced skin damage
http://forum.lef.org/attach.aspx/216/collagen_study.pdf
Este estudo foi realizado em dois grupos de ratos, onde apenas um grupo ingeriu um determinado tipo de colágeno em sua dieta. O grupo de ratos que consumiu o colágeno teve a produção dessa proteína aumentada na pele em 17% a mais que o grupo que não a consumiu. O estudo também sugere que a ingestão de colágeno é benéfica como um suplemento dietético para suprimir os danos da pele causados por raios UV-B que causam foto envelhecimento.
Collagen hydrolysate intake increases skin collagen expression and suppresses matrix metalloproteinase 2 activity
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21480801
Apesar de estar em inglês esse estudo é nacional, realizado pela USP. Também foi feito em ratos, onde um grupo deles recebia uma dieta rica em proteínas e outro grupo ingeria colágeno. Com essa comparação, retira-se a idéia que poderia ser criticada de que animais que consumiam colágeno estariam ingerindo muita proteína e por isso haviam melhoras na pele. O resultado final foi que o grupo de ratos que ingeriu colágeno obteve maiores benefícios na pele.
The protective effects of long-term oral administration of marine collagen hydrolysate from chum salmon on collagen matrix homeostasis in the chronological aged skin of Sprague-Dawley male rats 
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21535500
Mais um estudo realizado em ratos que demonstra benefícios do colágeno sobre a pele dos animais, ajudando a minimizar o envelhecimento cronológico, exercendo um efeito protetor.
Apesar dos resultados terem sido promissores, não há nada concreto sobre os benefícios da suplementação de colágeno para a melhora da pele. A maioria dos estudos são realizados em animais, como ratos e porcos, e é sabido que, nem tudo que acontece com os animais, necessariamente,  acontece em seres humanos. Também existem outros fatores que enfraquecem os resultados dos estudos, como por exemplo:
  • O tempo curto em que as pesquisas foram feitas (a maioria em menos de um mês) e o pequeno número de voluntários e cobaias (grandes estudos possuem milhares de participantes, duram até anos, tornando-se mais confiáveis).
  • O investimento da indústria produtora de colágeno nas pesquisas. Alguns desses estudos são feitos por pesquisadores financiados por empresas que vendem colágeno, portanto o resultado final positivo pode ser tendencioso.
  • O número de estudos realizados. São bastante escassos e alguns que são citados em revisões são muito difíceis de serem encontrados na íntegra.
  • A maioria dos estudos possui indicação de consumo de colágeno em g/kg, portanto não está clara a quantidade de colágeno a ser ingerida ao dia. E não há estudos que demonstrem que uma grande quantidade de colágeno promova maior benefício que uma ingestão menor, como a da quantidade presente na gelatina vendida em mercados.
Se o consumo do colágeno é realmente benéfico não sabemos ainda, mas, como praticamente todos os resultados são favoráveis, mesmo que não sejam de alto nível, o consumo dessa proteína pode ser válido, seja em cápsulas ou simplesmente conseguindo sua obtenção na dieta pela ingestão de gelatina, que além de ser uma agradável sobremesa, possui um custo bem menor em relação aos suplementos.
Minhas observações
Não recomendo o consumo de gelatinas industrializadas devido ao grande número de aditivos químicos, principalmente pelos corantes que causam muitos malefícios a saúde, como no artigo que postei.
http://www.musculacaoectomorfo.com/alimentacao-2/saude-alimentacao/corantes-um-perigo-colorido

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