sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Ioimbina ajuda a emagrecer?


O que é a ioimbina?
Talvez por fornecer todo um conjunto de efeitos únicos que favorecem a perda de gordura durante o exercício físico, especialmente no caso de pessoas que pratiquem desporto regularmente, a ioimbina é muito falada e discutida no círculo dos praticantes de musculação.
Derivada da casca de várias árvores, (principalmente da Pausinystalia yohimbe e da Corynanthe yohimbe), a ioimbina parece ter um efeito semelhante a uma droga sobre o metabolismo de gordura.
Como funciona a ioimbina?
A ioimbina é uma substância antagonista dos receptores alfa-2 adrenérgicos que promove o aumento da excitabilidade da célula. É este processo que faz com que a célula aumente o consumo de energia, promovendo a perda de peso.
Esta capacidade única de estimular os receptores adrenérgicos alfa-2 significa que, comparado com outros queimadores de gordura tradicionais (como a cafeína), ela consegue propôr uma via alternativa para o metabolismo das gorduras bioquímicas: alguns estudos sugerem que a ioimbina seria capaz de criar um efeito sinérgico juntamente com os estimulantes beta-receptores (como o extracto de cafeína e o chá verde), para acelerar a perda de gordura durante os períodos de treino intenso.
Ioimbina e a perda de peso
Outro aspecto interessante da ioimbina é o seu efeito na lipólise (queima de gordura) provocada pelo exercício. Quando tomada antes do treino, a ioimbina estimula o processo de mobilização das células gordas e aumenta os níveis sanguíneos de ácidos gordos. Este processo, durante e após o exercício, permite que mais gordura seja queimada nestas alturas.
A lipólise corresponde à quantidade de gordura que é transportada das células gordas e entra na corrente sanguínea (sob a forma de ácidos gordos livres). O exercício desencadeia a lipólise e é, por isso, natural que indivíduos habituados a um nível de treino considerável possuam uma habilidade maior em “queimar” mais gordura durante o exercício do que pessoas menos atléticas.
Se desejar queimar a maior quantidade de gordura possível durante o treino, então a melhor maneira de o fazer passa por aumentar a sua taxa de lipólise. Estudos sobre a ioimbina apontam para que a ioimbina seja, actualmente, o agente lipolítico mais potente do mercado.
Foi demonstrado que uma suplementação em ioimbina aumentava as concentrações de ácidos gordos livres induzidas pelo exercício assim como a libertação de noradrenalina, durante e após o exercício [*1][*2]. O impacto da ioimbina no metabolismo da gordura num contexto pós-treino é particularmente notável cerca de 30 minutos após o exercício de cardio. Um estudo demonstrou que os níveis de ácidos gordos livres no sangue duplicaram em pessoas que tomaram ioimbina antes do treino [*3].
Vencendo os estimuladores beta
As células adiposas localizadas no intestino (adipócitos viscerais) diferem das células adiposas localizadas nas regiões inferiores do corpo (quadris, coxas). As células gordas dentro do estômago contêm uma grande quantidade de receptores beta.
Quando estimuladas por “estimulantes beta” como a cafeína ou a efedrina, estas células respondem libertando gordura. Estas substâncias estimulam a lipólise aumentando a quantidade de norepinefrina [*4] dirigida para as células adiposas assim como a secreção de catecolaminas [*5] que activam os receptores beta e aumentam o cAMP (monofosfato cíclico de adenosina) [*6] no interior das células [*7][*8].
Efeitos máximos com metilxantinas
As metilxantinas, tal como a cafeína e os extratos de chá verde parecem ser a componente principal para melhorar o metabolismo da gordura durante o exercício físico, na medida em que actuam como antagonistas dos receptores de adenosina prolongando ou amplificando a actividade neural [*9].
A ioimbina é segura?
Costuma-se dizer que «não há bela sem senão». A ioimbina pode, de facto, ser uma grande ajuda na perda de peso, no entanto, tem alguns custos associados. Vários estudos associaram a ioimbina a consideráveis efeitos secundários como, por exemplo, aumento do ritmo cardíaco, insuficiência renal, ataques cardíacos, etc [*10][*11][*12].
A ioimbina é um medicamento sujeito a prescrição médica. Ele pode ser utilizado em segurança debaixo da supervisão de um profissional de saúde. No entanto, o seu uso indiscriminado não é aconselhado devido aos efeitos secundários potencialmente graves que pode causar.
Alternativas seguras e eficazes à ioimbina
A boa notícia é que já existem alternativas eficazes no mercado. Existem suplementos que têm na sua composição extractos de plantas e outros ingredientes que a investigação científica já demonstrou provocarem uma excitabilidade da célula semelhante à provocada pela ioimbina. É o caso da sinefrina, Irvingia gabonensisColeus forskohlii, cafeína, erva mate e do chá verde.
Em seguida, damos o exemplo de quatro suplementos tão eficazes na queima de gordura quanto a ioimbina:
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REFERÊNCIAS OU NOTAS:
[*1] – Zahorska-Markiewicz B., Kucio C., Piskorska D. Adrenergic control of lipolysis and metabolic responses in obesity. Horm Metab Res 1986; 18: 693-697. (LINK)
[*2] – Lafontan M., Berlan M., Galitzky J., Montastruc J. L. Alpha-2 adrenoceptors in lipolysis: alpha 2 antagonists and lipid- mobilizing strategies. Am J Clin Nutr 1992; 55: 219S-227S. (LINK)
[*3] – Galitzky J., Taouis M., Berlan M., Riviere D., Garrigues M., Lafontan M. Alpha 2-antagonist compounds and lipid mobilization: evidence for a lipid mobilizing effect of oral yohimbine in healthy male volunteers. Eur J Clin Invest 1988;18: 587-594. (LINK)
[*4] – Neurotransmissor que influencia o humor, sono, ansiedade e a alimentação
[*5] – Neurotransmissor que acelera o metabolismo através do aumento da produção de calor
[*6] – Molécula importante na comunicação intracelular
[*7] – Lafontan M., Dang-Tran L., Berlan M. Alpha-adrenergic antilipolytic effect of adrenaline in human fat cells of the thigh: comparison with adrenaline responsiveness of different fat deposits. Eur J Clin Invest 1979; 9: 261-266. (LINK)
[*8] – Mauriege P., Galitzky J., Berlan M., Lafontan M. Heterogeneous distribution of beta and alpha-2 adrenoceptor binding sites in human fat cells from various fat deposits: functional consequences. Eur J Clin Invest 1987; 17: 156-165. (LINK)
[*9] – Vannucci S. J., Klim C. M., Martin L. F., LaNoue K. F. A1-adenosine receptor-mediated inhibition of adipocyte adenylate cyclase and lipolysis in Zucker rats. Am J Physiol 1989; 257: E871-E878. (LINK)
[*10] – Kearney, T. & Haller, N., Adverse drug events associated with yohimbine-containing products: a retrospective review of the California Poison Control System reported cases, Ann Pharmacother 44(6):1022-9, Junho 2010 (LINK)
[*11] – Haller, C. et. al.Dietary supplement adverse events: report of a one-year poison center surveillance project, Journal of Medical Toxicology 4(2):84-92, Junho 2008 (LINK)
[*12] – Sandler, B. & Aronson, P., Yohimbine-induced cutaneous drug eruption, progressive renal failure, and lupus-like syndrome, Urology 41(4):343-5, Abril 1993 (LINK)

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