sábado, 7 de novembro de 2015

O perigo do uso de anabolizantes

Os anabolizantes são substâncias sintéticas similares aos hormônios masculinos e de crescimento que promovem aumento da massa muscular e aumentam a capacidade de absorver as proteínas.


Não é  de hoje que alguns atletas usam estes esteróides com o objetivo de ganhar força, resistência e velocidade, mas foi nos últimos 10 anos que o abuso dos anabolizantes se disseminou entre freqüentadores de academias, unicamente para melhorar a aparência física.
O grande perigo está no uso indiscriminado destas substâncias, muitas vezes usados em associação de até três tipos diferentes de substâncias e em dose até 160 vezes acima das preconizadas para tratamento médico, podendo causando efeitos devastadores, inclusive danos irreversíveis. 
Doses fisiológicas de testosterona (hormônio masculino) prescritas por um endocrinologista estão indicadas em homens com hipogonadismo, andropausa e em alguns casos de puberdade atrasada em meninos. Já o hormônio do crescimento (GH), é indicado em casos de deficiência comprovada deste hormônio em crianças com baixa estatura por exemplo. 
O abuso destas substância provoca danos comportamentais (euforia, irritação, agressividade, insônia), endocrinológicos (acne, aumento dos pêlos corporais, calvície, aumento das mamas em homens e redução nas mulheres, atrofia dos testículos, impotência sexual, alterações dos níveis de glicose, irregularidade menstrual), cardiovasculares (aumento da pressão arterial e dos níveis de colesterol e triglicerídeos, aumento da chance de infarto e derrame), hepáticos e renais (o excesso de esteróides via oral ou injetável, será metabolizado pelo fígado e eliminado pelos rins, podendo causar alterações hepáticas, hepatite, tumores hepáticos e renais) e músculo-esqueléticos (ruptura de tendões, artropatias).
É importante lembrar que os efeitos do desenvolvimento muscular são transitórios e com o cessar do uso destes esteróides pode ocorrer o desenvolvimento de  dependência psicológica destas substâncias – a VIGOREXIA.
O GH também tem sido usado como anabolizante, porém trata-se de uma medicação mais cara. Seu uso indiscriminado causa crescimento das extremidades (mão, pés, fronte), causa aumento da pressão arterial e problemas cardiológicos.
Nas academias, a indicação de uso de suplementos alimentares com alto teor de proteína, creatina e aminoácidos, podem também ser deletério, causando sobrecarga renal. É importante que quando usados, estes suplementos sejam indicados por um médico endocrinologista ou nutrologista, que avaliará com base na alimentação do indivíduo qual a real necessidade de suplementação.


Outras práticas inadequadas são a realização de dietas cetogênicas (ingesta de menos de 800Kcal ao dia) com vistas a perda de peso, mas que causam desequilíbrio do metabolismo. O uso de substâncias termogênicas para supostamente aumentar o metabolismo basal e o gasto calórico é desencorajado, já que não possui nenhum embasamento científico e pelo poder de causar problemas graves cardiológicos e nutricionais. 
O que se espera das autoridades é o controle rígido da comercialização destas substâncias, combatendo a venda de medicações sem receita médica e campanhas de divulgação dos danos causados a saúde. A Dra. Andresa Colombo Balestra, médica da Clínica Goldman com pós-graduação em Diabetes e Obesidade alerta: "Não esqueça:  atividade física bem orientada por profissionais sérios que usam métodos de treinamento inteligentes e fundamentados na ciência, produzem resultados muito bons".

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