Francisco García Ucha
Para alguns psicólogos e outros especialistas das Ciências do Esporte é
comum pensar que a Psicologia do Esporte teve seu início na área do esporte
de elite, o qual também denominamos Esporte de Alto Rendimento.
Este modo de pensar provém da importância que cobra o esporte
altamente competitivo com o estabelecimento dos Jogos Olímpicos Modernos,
desde anos posteriores à Segunda Guerra Mundial até a atualidade.
Em realidade, os primeiros estudos em Psicologia do Esporte começam,
no esporte infantil e juvenil, nas escolas de educação média ou universidades.
Em países como Estados Unidos, Rússia e Alemanha, em fins do século XIX, e
também na antiga União Soviética por volta de 1920.
É conveniente assinalar, como argumenta Balagué (2006): “Uma das
primeiras aclarações que se há de fazer é que o esporte de alto rendimento é
só uma das áreas de intervenção”. A autora propõe a seguinte definição dos
objetivos da Psicologia do Esporte de Alto Rendimento: “proporcionar
ferramentas e eliminar obstáculos para que os desportistas e treinadores
consigam seu nível elevado”.
A Psicologia do Esporte é, como toda ciência, um processo social e,
portanto, o dever da sociedade influencia de forma determinante seu
desenvolvimento, passando desde etapas progressivas até períodos
regressivos e novamente progressivos. Por isso, o desenvolvimento do esporte
influencia a intervenção das ciências do esporte e, entre elas, a psicologia
esporte no alto rendimento.
Separar o conhecimento exato e rigoroso mediante o qual se constrói
uma disciplina científica das valorações e considerações ideológicas, fruto do
processo social, constitui um erro técnico e metodológico que não permitiria
clarificar a história e o futuro da ciência; por isso, todo avanço ou retrocesso
depende de condições de ordem sociológica.
O interesse pela Psicologia do Esporte, como sinalizamos anteriormente,
começa pela inquietude de pedagogos, professores de Educação Física,
treinadores e psicólogos, que advertem sobre a existência de contradições no
processo da atividade física; a educação física e o esporte de tipo escolar e
juvenil, por exemplo. Os primeiros aportes em referência ao nascimento da
Psicologia do Esporte no leste europeu são atribuídos a P. Lesgaft, o qual na
Rússia do princípio do século 20 (1901) descreveu os possíveis benefícios
psicológicos da atividade física em crianças.
Com o propósito de estabelecer-se uma ordem condutora das idéias que
se expõe neste capítulo, estaremos referenciando, em primeiro lugar, o
desenvolvimento da Psicologia do Esporte e sua irrupção no Esporte de Alto
Rendimento na antiga União Soviética e, posteriormente, a trajetória seguida
pelos EUA, bem como por Cuba.
Considera-se que Lesgaft (1901) incorporou, de forma decisiva, a
Psicologia à Educação Física. Sua obra de maior destaque foi “Guia da
Educação Física da Idade Escolar”. No entanto, somente depois da Revolução
de Outubro de 1917, é que são criados Institutos Especializados em Cultura
Física e Esporte em Moscou e Leningrado (Petrogrado).
Nestes institutos se retomou a idéia de Lesgaft, e Rudick (1974) e Puni
(1973), entre os anos de 1925 e 1926, considerados os pais da Psicologia do
Esporte soviética, começaram seus primeiros trabalhos no âmbito dos
laboratórios voltados para a formação de professores de Educação Física e
Esporte.
Entre 1925 e 1930 começaram a aparecer as primeiras publicações de
Psicologia do Esporte. Rudick (1973) apresentou “A influência do trabalho
muscular no tempo de reação” e Puni (1974) seus ensaios “Em torno da
influência das lições de Educação Física sobre o domínio de si mesmo”.
Os primeiros trabalhos de Puni (1929) foram sobre a “Influência
psicofisiológica do tênis de mesa” e o estudo da “Influência das competições
sobre a psique dos esquiadores”.
Puni, nos anos 30 do século 20, realizou todo um trabalho dirigido à
fundamentação teórica e metodológica da Psicologia do Esporte sob a base de
uma orientação marxista, cujo pilar fundamental seria o reconhecimento de que
a psique do homem se manifesta e se desenvolve na atividade sob a influência
de suas condições objetivas e subjetivas.
A determinação destes princípios teóricos e metodológicos exerceu uma
influência decisiva no desenvolvimento da Psicologia do Esporte soviética pois,
a partir de então, passaram a ser estudadas as características específicas e
condições objetivas da atividade desportiva, tanto nos seus aspectos comuns
como no singular de cada modalidade esportiva.
Seguindo esta direção, foram estudados também os problemas
psicológicos relacionados com a preparação física, técnica e tática dos
desportistas, assim como os aspectos relacionados com a competição
desportiva.
A atividade dos psicólogos do esporte se consolidou no esporte de alto
rendimento depois da Segunda Guerra Mundial no período que abarca desde
1945 até 1957, com a aplicação de princípios metodológicos aplicados à área
da aprendizagem motora, à personalidade e à preparação psicológica.
A principal causa para o desenvolvimento das Ciências do Esporte,
dentre elas a Psicologia do Esporte, é atribuída à “Guerra Fria”, dado o
interesse de cada um dos dois sistemas vigentes, nessa época, em dominar
cada uma das esferas da atividade humana.
Na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a Psicologia do
Esporte se dedicou de maneira preponderante, a assegurar a preparação
psicológica dos desportistas de alto rendimento para as competições, já que
esta atividade científica se relacionava com os rendimentos esportivos na
arena internacional, lugar de confrontação de ambos os sistemas sociais.
Realizaram-se, após este propósito, tanto investigações teóricas como
práticas e aplicações importantes dos resultados mais avançados da psicologia
da época.
A partir dos anos 60, o tema da preparação psicológica do desportista
para as competições se intensificou, em função de uma observação sistemática
das demandas psicológicas de cada modalidade esportiva e das necessidades
específicas de cada desportista. Durante esse período foram realizadas cinco
Conferências Nacionais dedicadas ao tema.
Rudik (1968) assinala que na década compreendida pelos anos 60
foram objeto de estudo: a dinâmica do desenvolvimento das funções
psicológicas no processo de treinamento e competições desportivas; bases
psicológicas da preparação volitiva; preparação psicológica do desportista para
a execução da ação em competição; a personalidade do desportista e a
psicologia do esporte nas etapas escolar e juvenil.
Uma influência importante no desenvolvimento da Psicologia do Esporte
dentro do ângulo do alto rendimento adveio com as Olimpíadas da Cidade do
México, em 1968. Disputadas a cerca de 2.400m acima do nível do mar,
acarretaram na necessidade de numerosos estudos sobre como esta condição
climática iria impactar no rendimento dos desportistas.
Já nos anos 70 e 80 os psicólogos do esporte continuaram o
aperfeiçoamento dos procedimentos da preparação psicológica dos atletas de
alto rendimento, a seleção de talentos, a psicologia do esporte infantil e juvenil,
a recuperação do desportista, aspectos da psicologia social no esporte e a
formação do treinador como Mestre em Psicologia.
Cruz Feliu (1990, 1991) argumenta que a Psicologia do Esporte na
União Soviética (URSS) deu uma contribuição singular à metodologia das
pesquisas e ao trabalho prático dos psicólogos do esporte, estabelecendo as
bases para considerar o papel ativo da personalidade do desportista nas
condições da atividade.
Apesar do desenvolvimento das idéias acerca da preparação psicológica
tanto por parte de Puni (1969), Rudik (1982), Rodionov (1983) e Gorbunov
(1988) e outros psicólogos soviéticos, as concepções destes autores giram –
com alguns matizes diferenciais – em torno da formação do estado de
“predisposição psicológica” para a competição. Tudo isso tendo como ponto de
partida para a obtenção deste estado psicológico o sistema que estrutura a
preparação psicológica em três tipos básicos: geral, especial e direto.
Cada um destes tipos de preparação psicológica exige tarefas de ordem
diferente, ainda que encaminhadas à formação da predisposição psicológica e
ao aperfeiçoamento das capacidades psicológicas que são premissas do
rendimento.
Assim, a preparação psicológica geral tem como propósito o
aperfeiçoamento das capacidades psicológicas vinculadas à ação motriz, à
garantia do suporte psicológico da técnica e da tática e à formação e
desenvolvimento das qualidades volitivas e morais do desportista.
A preparação psicológica especial se concentra no desenvolvimento da
predisposição psicológica para a competição. A preparação psicológica direta
para a execução imediata da ação tem como meta garantir o ótimo
funcionamento dos processos de atenção do desportista e se subdivide em
duas fases: a primeira dedicada à orientação da atenção e a segunda, a sua
concentração. Difere substancialmente da preparação psicológica especial,
fundamentalmente, por seu conteúdo e pelo tempo em que as mesmas se
realizam.
Em suma, a preparação psicológica resulta em um complicado processo
em que se encontram envolvidos os processos, qualidades, propriedades e
estados psicológicos da personalidade do desportista, com as características
peculiares de cada tipo de esporte, de suas exigências e com as
particularidades estruturais, organizacionais e funcionais dos períodos e etapas
do processo do treinamento e competição.
Uma visão tão ampla do trabalho da preparação psicológica do
desportista para as competições requer um enfoque no sistema de sua
abordagem por parte dos especialistas.
No entanto, os autores soviéticos não esclareceram a forma de integrar
os diferentes aspectos da preparação psicológica, dedicando desta maneira um
enfoque total das potencialidades dos desportistas e que teve como categoria
central a personalidade.
Isto teve certas conseqüências para que se pudesse aproveitar os
procedimentos e técnicas empregadas durante a preparação psicológica.
Apesar da consistência teórica e metodológica da concepção desenvolvida
pelos psicólogos soviéticos, já em meados dos anos 80 (oitenta) se podiam
analisar algumas limitações em sua elaboração na prática.
Neste período, García Ucha (1982) alertou que a formulação de vários
tipos de preparação psicológica para as competições implicava na realização
de muitas tarefas específicas, perdendo-se com freqüência, no marco destas
atividades, os propósitos essenciais da preparação psicológica relativos à
categoria personalidade do desportista.
Da maneira em que se colocava a preparação psicológica esta ficava
dirigida às estruturas da mente de forma separada. Por exemplo, se atendia ao
aperfeiçoamento das bases psicológicas da atividade motriz, por outro lado aos
fundamentos psicológicos da tática e também, em outro ângulo, à garantia da
regulação das manifestações emocionais negativas antes da competição.
A falta de um enfoque integral, em que a categoria personalidade
resultava como chave, influía no próprio processo de diagnóstico do grau de
preparação psicológica, formado exclusivamente por elementos psicológicos
isolados.
García Ucha (1982) enfatizou que tal fato se devia à ausência da
aplicação do Princípio da Personalidade nos estudos e tarefas dos psicólogos
do esporte soviéticos. Esta deficiência levou a uma visão “reducionista” da
preparação psicológica do atleta para as competições de alto rendimento.
O Princípio da Personalidade tem por essência colocar a personalidade
como uma categoria integradora e central dentro do sistema de categorias
psicológicas desde o ponto de vista teórico e metodológico.
Os autores soviéticos, apesar de partirem do enfoque teórico e
metodológico sócio-cultural desenvolvido de forma monumental por Vigotski
em 1934 (1969) e muitos outros autores de orientação marxista, não tinham o
foco de sua atenção na personalidade, antes, porém, na teoria da atividade
desenvolvida por Leontiev (1978).
No entanto, uma aproximação ao princípio da personalidade que
expressa o propósito de adquirir uma compreensão integrada das funções
reguladoras e criativas da personalidade, vista como um todo foi exposta por
diferentes investigadores, dentre os quais se destacam: Shorojova ( 1980),
D’Angelo Hernández (1989).
O princípio, explicitado, propõe que todos os processos, propriedades e
estados psíquicos se analisam como pertencentes a um indivíduo concreto e
isso pressupõe que a personalidade se interprete não como um conjunto de
processos, propriedades e estados psíquicos isolados, antes como elemento
de determinada estrutura.
Deste modo, por norma, os elementos da esfera de motivação, assim
como de outras funções do indivíduo, constituem uma expressão fundamental
da personalidade como unidade sistêmica.
Ainda que não devamos ver o princípio de forma esquemática, se faz
necessário enfatizar que o fato de realizar-se uma pesquisa, por exemplo, da
motivação do desportista, deva ser aplicando o princípio da personalidade.
Para tanto, é necessário que se leve em consideração sua dinâmica na
regulação da personalidade, do contrário, dificilmente poderia expressar-se o
enfoque da personalidade.
O Princípio da Personalidade não significa qualquer estudo da
personalidade, mas sim que, por meio dela e como em um todo, se conhecem
seus elementos e os nexos destes elementos tanto entre si como também com
a personalidade íntegra.
Tal formulação resulta importante, uma vez que, destaca o caráter
totalizador e integrador da personalidade, o que põe de manifesto a interação
entre sistemas das distintas propriedades da personalidade como síntese de
complexas estruturas. Assim, cada propriedade da personalidade é
simultaneamente a expressão da inclinação, do caráter, necessidades, herança
e atividade.
O estudo daquelas unidades integrais como o é a orientação da
personalidade, ao conter as relações entre diversas propriedades particulares,
aponta para a compreensão mais ampla da personalidade e constitui uma via
possível de aplicação do enfoque centrado na personalidade. Por exemplo, se
são descritas as reações frente ao fracasso de um desportista, quando se
refere à expressão destas reações pode-se, devido a sua intensidade, chegar a
um estado denominado “afeto de inadequação”.
Analisado sob ótica do Princípio da Personalidade, a reação emocional
ante o fracasso pode ser explicada a partir de um complexo subsistema da
personalidade, integrado pela orientação desta, autovalorização, insegurança,
grau de aspiração e intensidade e conteúdo dos motivos vinculados ao esporte.
Donde se conclui que orientar-se pelo Princípio da Personalidade implica levar
em consideração o caráter integral e interno, psicológico, de determinados
subsistemas reguladores das distintas expressões do homem.
O Princípio da Personalidade chama a atenção sobre o caráter da
relação entre as formações psicológicas integradoras complexas da
personalidade e suas formações reguladoras.
Para D’Angelo Hernández (1989) esta expressão do Princípio da
Personalidade apresenta uma alternativa produtiva para sua aplicação na
prática investigativa e para a compreensão totalizadora da subjetividade, que
se distingue, ademais, pelo caráter aberto da investigação, pela possibilidade
de descobrimento das formas de funcionamento e integração dos diferentes
subsistemas de regulação.
Em suma, o Princípio da Personalidade que se desenvolve dentro da
própria Psicologia Geral Soviética, apesar de seu conhecimento e de sua
exaltação pelos psicólogos do esporte soviéticos e de outros países do excampo
socialista, na prática profissional não se apresentava em coerência com
ele mesmo.
Resulta evidente que, ao não se incluir o Princípio da Personalidade
como fundamento integrador, se incorre em uma utilização metodológica
incorreta dos meios e procedimentos tanto no diagnóstico como nas
intervenções a realizar, sendo esta uma das causas que dão lugar a atividades
e recomendações no esporte que são pouco eficazes na solução das diferentes
alternativas que deve enfrentar o desportista.
Para García Ucha (2000), um dos fatores de maior incidência para que
ocorra este distanciamento e incongruências na Psicologia do Esporte
Soviética se identifica com a imperfeita conexão entre os descobrimentos
conseguidos pela psicologia soviética e sua assimilação por quem devem tê-los
generalizado à prática profissional.
Na antiga União Soviética a imensa maioria dos especialistas em
Psicologia do Esporte não era de psicólogos e sim de professores de Educação
Física ou treinadores que adquiriam o grau de mestre ou de doutores em
Ciências Psicológicas nos Institutos de Cultura Física e Esporte, por isso não
tinha uma compreensão exata e a ponderação adequada do Princípio da
Personalidade e de outras elaborações da teoria psicológica soviética.
Aqui aparece justamente um dos problemas estabelecidos acerca do
caráter multidisciplinar das Ciências do Esporte o que nos leva a apontar sobre
a necessidade de abarcar dentro da Psicologia do Esporte a aplicação do mais
moderno e avançado da Psicologia, sem que tampouco nos apartemos de um
conhecimento adequado do esporte. Assim, a nosso ver, o problema deve ser
resolvido por meio da busca das regularidades que expliquem as propriedades
da personalidade do desportista como sistema.
É justo dizer que o fenômeno de especialistas não psicólogos, na área
da Psicologia do Esporte, não somente ocorreu nos países ex-socialistas como
igualmente em outras regiões do mundo, incluindo os Estados Unidos da
América do Norte, Inglaterra e outros países onde, também, outros professores
de Educação Física e treinadores receberam algum tipo de especialização em
Psicologia.
Em suma, é necessário destacar que qualquer atividade da preparação
desportiva, seja técnica, tática, física ou psicológica não pode ser efetiva senão
está baseada em uma concepção dirigida até a personalidade do desportista,
sobretudo se sustentamos que a personalidade é o sistema regulador mais
complexo e hierarquicamente superior da pessoa e que, neste sistema, se
encontram os elementos sócio-culturais e históricos que, incluindo os ideais,
valores, conhecimentos e capacidades, permitem precisamente a humanização
do próprio esporte.
A solução para o problema formulado constitui na elaboração de uma só
tecnologia no processo da preparação psicológica para as competições,
dirigido não ao estudo isolado de formações psicológicas, mas ao que facilitará
um enfoque em um sistema cuja categoria integradora seja a personalidade.
A complexidade para assumir o Princípio da Personalidade na prática
científica ocupou um lugar especial no final dos anos 80 (oitenta) e início dos
anos 90 (noventa). Apreciaram-se novas dificuldades não só na Psicologia do
Esporte, mas também na própria Psicologia Geral.
Um abismo entre as teorias e metodologias e os dogmas sociopolíticos
vigentes nessa etapa na URSS levaram a Psicologia a um corredor que deu
lugar a que esta se introduzisse em direção ao positivismo moderno com
conseqüências epistemológicas muito negativas para o discurso teórico e para
a prática da psicologia.
A necessidade de demonstrar a natureza objetiva do psíquico e a
objetividade do conhecimento se expressou na Teoria da Atividade em
Psicologia... “cujo objeto de análise essencial não era a subjetividade, senão a
atividade mesma, processo em que se configuravam os distintos elementos da
subjetividade. Neste processo, a subjetividade perdia sua configuração integral
e sua autonomia relativa, que ficavam fora da teoria das próprias ciências
psicológicas”. González Rey (1997; 2000). Ao abandonar-se o estudo teórico
da subjetividade deixou de se considerar o papel ativo do sujeito, o qual ficou
minimizado ou completamente esquecido.
Não obstante os apontamentos acerca dos defeitos e peripécias da
Psicologia Soviética do Esporte, se pode concluir que ela deixa um forte
legado, sem o qual é praticamente impossível encontrar algumas das verdades
mais relevantes da Psicologia do Esporte de Alto Rendimento.
Foram os especialistas em Psicologia do Esporte soviéticos que
advertiram sobre a necessidade de vincular o trabalho do psicólogo às
respostas dos desportistas no treinamento, ao considerar que para toda
intervenção psicológica há a necessidade de se avaliar o grau de treinamento e
preparação desportiva.
A partir daí, se derivaram importantes conclusões sobre a relação
mente-corpo, ao esclarecer algumas das regularidades da intervinculação entre
a prática do exercício e sua influência nos processos cognitivos e afetivos do
participante.
Enfatizaram e levaram à pratica a concepção de que a preparação
psicológica do desportista implica no crescimento espiritual e requer o
desenvolvimento da vontade e dos valores morais e ideais do desportista,
apontando até para a necessária formação educacional deste.
Seguindo nesta exposição do desenvolvimento da Psicologia do Esporte
nos Estados Unidos da América do Norte, encontramos um panorama simular
ocorrido nos inícios da psicologia do esporte na Rússia e na antiga União
Soviética.
A história da Psicologia do Esporte nos EUA começa com uma das
primeiras pesquisas na área, reportada por Triplett (1897) que estudou o
rendimento dos ciclistas em condição de interação social e concluindo que a
presença de outros competidores facilita ou estimula os rendimentos nos
ciclistas.
Também nos EUA, uma das figuras mais sobressalentes da Psicologia
do Esporte foi, sem sombra de dúvidas, Coleman Griffith, o qual em 1918
começou a realizar observações informais sobre os fatores psicológicos
implicados no atletismo, futebol americano e basquetebol, sobretudo no âmbito
universitário.
Nesse ano e na mesma universidade fundou o primeiro laboratório de
Psicologia do Esporte, foi autor de dois livros, “Psicologia do Treinamento”
(1926) e “Psicologia e Atletismo” (1928), sendo, além disso, psicólogo consultor
da equipe de beisebol profissional do “Chicago White Sox”.
A partir dos artigos publicados por Griffith pode-se distinguir três linhas
principais de investigação: habilidades motrizes; aprendizagem; variações de
personalidade.
Lamentavelmente, como assinala Singer (1989), Griffith não teve
seguidores durante o período em que trabalhou ativamente. Recordemos que
grande parte do trabalho científico se realizava nas universidades, em muitos
casos desvinculados da prática cotidiana do esporte de alto rendimento.
Esta situação inicial continuou como uma característica da Psicologia do
Esporte nos Estados Unidos, e os psicólogos do esporte se dividiram em dois
grupos: psicólogos acadêmicos e psicólogos práticos. Psicologia do Esporte
em laboratórios experimentais e Psicologia do Esporte de campo.
Alguns estudiosos como Martens (1987) assinalam a necessidade de
solucionar esta divisão, e nos congressos realizados por organizações nos
EUA se tratou do tema, mas prevalecendo ainda a divisão entre acadêmicos e
práticos.
A nosso ver, as razões que sustentam essa divisão residem no fato de
que uma das fontes de trabalho mais importantes e estáveis para os psicólogos
do esporte nesse país se encontra nos departamentos de rendimento humano
e esporte das universidades. Estas instituições exigem o cumprimento de
projetos de pesquisa de cunho acadêmico e contam com uma boa base de
financiamento para sua elaboração.
É necessário destacar que, com o início da Segunda Guerra Mundial, a
investigação sobre aprendizagem de destrezas motoras e as variações
implicadas nelas recebeu um forte impulso nos EUA ainda que tenha tido que
se adaptar às necessidades das forças armadas, em especial à seleção e
treinamento de pilotos.
Terminada a Segunda Guerra Mundial, Johnson (1949) publicou na
revista Research Quarterly trabalhos que compreendiam estudos das emoções
prévias às competições em jogadores de futebol e basquetebol e, nos anos 50,
trabalhou em identificar os fatores de personalidades e suas relações com o
esporte.
Os trabalhos de Lawther, em 1951, na Universidade de Pensilvânia,
deram origem ao livro “Psicologia do Treinamento” (Lawther, 1972), que foi
treinador de basquete e contribuiu grandemente para o desenvolvimento
acadêmico da Psicologia do Esporte em um momento propício para sua
aplicação no Esporte de Alto Rendimento.
Nos anos 60 se destaca a obra de Ogilvie (1966), que junto a Tutko
publicou “O Atleta Problema e seu Manejo”. Os trabalhos de Ogilvie (1966,
1979, 2000) resultaram tão significativos que o consideram o pai da Psicologia
do Esporte aplicada nos EUA. Tanto Ogilvie como Tutko e Cratty levaram à
prática desportiva os conhecimentos necessários alcançados.
Um dos mais prolíferos escritores na área da Psicologia do Esporte é
Cratty (1967, 1968), com uma obra extensa sobre aprendizagem motora e
Psicologia do Esporte. A nosso ver, um de seus livros mais clássicos na
especialidade é “Psicologia da Atividade Física”. Seu trabalho repercutiu de
forma significativa, contribuindo para o desenvolvimento da especialização em
Psicologia do Esporte em diversas universidades no EUA.
A importância da Olimpíada do México em 1968 também repercutiu no
desenvolvimento de pesquisas, principalmente sobre o desempenho esportivo
em condições de altitude e seus possíveis efeitos sobre a mente dos atletas.
Outro fato de importância histórica se deu em 1978, a integração de psicólogos
do esporte ao Comitê Olímpico dos EUA.
Na década de 80 (oitenta) se incrementou de maneira extraordinária a
produção cientifica por parte dos psicólogos norte-americanos nesta área do
alto rendimento, além do fato de terem aparecido várias revistas especializadas
em Psicologia do Esporte e associações de elevado prestigio internacional.
Neste período começa o estudo das relações entre personalidade e atletas de
alto rendimento, Scanlan (1978) estudou as características da ansiedade em
desportistas e Landers e colaboradores (1986) estudaram as variáveis
psicobiológicas de arqueiros.
Para muitos, as Olimpíadas de 1984, em Los Angeles, servem como
ponto de referência para se falar de uma introdução relevante da Psicologia do
Esporte no movimento desportivo olímpico.
O emprego da Psicologia do Esporte pela antiga União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas, Alemanha Oriental, EUA, e outros países se manifestou
pela ampla participação de psicólogos do esporte destes países nesta
olimpíada.
De maneira resumida podemos assinalar que as linhas de trabalho que
caracterizam a Psicologia do Esporte nos EUA estão representadas nos
seguintes temas: aprendizagem motora; personalidade e motivação; psicologia
social e autocontrole emocional.
Mas para se obter uma compreensão profunda da Psicologia do Esporte
nos EUA, é necessário tomar como referência os trabalhos de Suinn (1980),
Wiggins (1984), Mahoney; Suinn (1986) e Singer (1989). Nas obras destes
autores se faz patente a grande diversidade de enfoques teóricos, às vezes,
muito contraditórios e que levam a uma extensa produção científica
caracterizada por seu fracionamento e parcialidade, com insuficiência na ordem
metodológica.
Neste sentido, é necessário um período de reflexão que valorize o
publicado e se integre em um ato teórico que permita a generalização de
resultados. Um capítulo entre os que se pode consultar que resume os estudos
realizados neste setor pode ser visto em LeUnes; Nation (1989).
É interessante também resenhar a trajetória da Psicologia do Esporte
em Cuba, que em certo sentido, seguiu as mesmas tendências que em outros
países antes assinalados. Um início dentro do campo da pesquisa e da
docência como suporte da formação de professores de Educação Física e
treinadores e sua posterior irrupção no Alto Rendimento.
O surgimento da Psicologia do Esporte em Cuba ocorre na década de
60 do século 20. Fundou-se nesse período a Escola Superior de Educação
Física Manuel Fajardo. Posteriormente, em 1972, no Instituto de Medicina do
Esporte, foi criado um departamento de Psicologia do Esporte, cujo objetivo era
continuar apoiando a preparação psicológica das equipes de alto rendimento.
Os primeiros trabalhos foram publicados por Martinez; Russell (1968).
Nessa época, e como resultado de cooperação entre Cuba e a URSS,
receberam um conjunto de colaboradores especialistas em Psicologia do
Esporte, dentre os quais se destacam entre os quais se destacaram Petrovich,
Radchenko e Medviedev. O Departamento de Psicologia do Esporte, do
Instituto de Medicina do Esporte, contou com um assessor soviético, Vladin
Fechenko, de 1974 a 1975.
Uma contribuição fundamental para o auge da psicologia do esporte em
Cuba foi o próprio desenvolvimento do esporte cubano. Este começou a
escalar uma categoria internacional graças aos programas de apoio
executados pelo Governo Cubano, que, com isso, proporcionou uma ampla
participação da população e assegurou as condições para o desenvolvimento
do esporte de alto rendimento.
Assim, a Psicologia do Esporte em Cuba emerge no empenho pelo
desenvolvimento e consolidação do movimento desportivo cubano como uma
força que contribuiu para assegurar o processo pedagógico e educativo dos
desportistas e seus resultados no treinamento e competição.
Um marco importante neste sentido é a participação de psicólogos no
Campeonato Mundial de Boxe do ano de 1974 e, posteriormente, nos Jogos
Pan-americanos e do Caribe do México, em 1975. Deste modo, pode-se
afirmar que, um dos países com maior tradição na utilização de psicólogos do
esporte no Esporte de Alto Rendimento é Cuba, desde as datas anteriormente
descritas até a atualidade.
Isso permitiu o desenvolvimento de um conjunto de linhas de pesquisa
nesta área de aplicação que se relacionam da seguinte forma: Motivação e
esporte; Autocontrole das emoções; Estresse; Processos cognitivos; Fatores
psicossociais nas equipes desportivas; Psicofisiologia e esporte e Controle
psicológico do treinamento.
Dentre os êxitos das pesquisas realizadas se encontram: o achado das
regularidades psicológicas de diferentes formações de motivação como a
autovalorização, a orientação da personalidade e o grau de aspiração na
regulação do comportamento em competições (García Ucha, 1988); a
identificação de determinados moduladores da resposta de estresse do
desportista durante a competição (González Carballido, 2000) e, o registro de
variantes psicológicas mediadoras da resposta às cargas de treinamento
(García Ucha, 2005).
Em 1974 sai o Suplemento nº. 15 do Boletim Científico – Técnico
INDER, Cuba –, sobre Psicologia do Esporte, por Carlos Martinó Sánchez e
Colaboradores. É a primeira obra escrita ainda sem ser um livro e nela são
abordados temas como: a análise do produto da atividade; dinâmica das
funções psíquicas dos jogadores de basquete; a orientação da atenção na
reação psicomotriz, dentre outros.
O primeiro livro escrito em Cuba sobre Psicologia do Esporte foi
elaborado por Dorta Sasco em 1984 e seu título é “Noções de Psicologia da
Educação Física e o Esporte”, editado pela editora Pueblo y Educación, La
Habana. Trata-se, sobretudo, de um resumo dos trabalhos essenciais dos
autores soviéticos da época. Posteriormente, foram editados por Valdés Casal,
Ucha, González Carballido, Matos, dentre outros, livros importantes para a
área.
Durante o II Congresso Internacional de Psicologia do Esporte, em
Havana, Zaichowsky (1999) expôs que a Psicologia do Esporte de Alto
Rendimento ocupava um pequeno espaço dentro da Psicologia do Esporte e
assinalava que, no momento em que fazia esta afirmação, nos EUA
provavelmente somente sete psicólogos se dedicavam ao Esporte de Alto
Rendimento, uns dois psicólogos trabalhavam no Centro de Alto Rendimento
de Madrid, talvez uns sete mais no CAR de Barcelona e uns seis psicólogos se
revezavam no Centro Nacional de Alto Rendimento de Buenos Aires. É
interessante que em Cuba – por razões historicamente excepcionais – se
encontrava um número muito superior de psicólogos no Instituto de Medicina
do Esporte.
Em resumo, os primeiros trabalhos sistemáticos de Psicologia do
Esporte se relacionam com o esporte escolar e universitário; a integridade da
Psicologia do Esporte como ciência se assegura com a existência do problema
formulado: identificar o suporte psicológico da atividade desportiva e aplicar os
meios psicológicos para garantir e aperfeiçoar a atuação do participante na
atividade física e no esporte e a cuja realização está orientada como ciência na
busca teórica e metodológica; o problema fundamental da Psicologia do
Esporte constitui não só seu eixo teórico e prático, bem como histórico em
dependência do estado e do avanço da sociedade; o período da Guerra Fria
acelerou o desenvolvimento da Psicologia do Esporte em ambos os sistemas
sociais; os resultados metodológicos da Psicologia do Esporte em países
desenvolvidos teve um caráter singular para sua institucionalização; apesar dos
avanços realizados nestes países não se chegou a elaborar uma teoria
psicológica específica para o homem que participa no esporte de alto
rendimento.
Para ser mais preciso, como argumenta Valdés Casal (1996, 2000), na
curta história da Psicologia do Esporte se estabeleceram várias formas de
exercer a profissão, mais influenciadas pelas correntes psicológicas de maior
desenvolvimento do que pelas especificidades da atividade a qual se aplicam.
De forma que fica faltando o desenvolvimento de um esquema referencial
conceitual e a estruturação de suas relações por meio de teorias, hipóteses e
axiomas que lhe sejam propostos.
As investigações desenvolvidas pelo autor deste capítulo com atletas de
alto rendimento partem das mesmas questões que durante anos os
pesquisadores vêm tratando de esclarecer. Tais investigações podem ser
descritas da seguinte maneira:
1. Há um perfil de personalidade do atleta de alto rendimento?
2. Existem características que predispõem alguns atletas para alcançar
elevados rendimentos? J. Vasconcelos Raposo (2006)
3. Quais fatores sócio-culturais e motivacionais determinam o
desenvolvimento das motivações para alcançar altos rendimentos? Salmela
(2003) e J. Vasconcelos Raposo (2006).
Morgan (1980) apresentou seu Perfil do Campeão em estudos
realizados com atletas de alto rendimento, utilizando o teste POMS. O perfil,
mais que uma prova de personalidade, trata de um instrumento que mede
estado de ânimo na área da psicopatologia.
Um sem número de pesquisas realizadas com atletas universitários
foram efetuadas. Apesar das insuficiências assinaladas, produto das
investigações realizadas, uma série de hipóteses foram confirmadas que
permitiram predizer a tendência que seguem alguns dos fenômenos no
esporte. Por exemplo, uma revisão da literatura sobre rendimento máximo
indica que os desportistas vitoriosos tendem a ter altos graus de autoconfiança,
estão mais orientados em seu foco de concentração na tarefa esportiva, têm
uma menor tendência a se distraírem e exibem uma grande habilidade para
dominar sua ansiedade. Além disso, se caracterizam como pessoas com um
pensamento positivo sobre sua execução, determinação e compromisso se
comparados com os desportistas que têm baixos rendimentos. Possuem,
também, habilidades de percepção superiores García Ucha (2001). Estas
características psicológicas, dependendo de certos atributos da personalidade
do desportista, podem desenvolver-se por meio do treinamento psicológico
apropriado.
Foram êxitos da década de 90 em Psicologia do Esporte de Alto
Rendimento: Ampliação o campo de investigação; Desenvolvimento de estudos
interdisciplinares; Aplicação a todas as manifestações do esporte; Tarefas de
campo; Introdução em outras áreas da atividade humana; Programas de
formação acadêmica; Eventos científicos; Publicações e Internet.
Não obstante, a Psicologia do Esporte no Alto Rendimento se encontra
em um momento histórico de seu desenvolvimento em que, para avançar em
um sentido progressivo, precisa vencer grandes desafios.
1. Não se chegou a um nível científico em que se conseguirá expor
uma teoria geral que explique as regularidades psicológicas gerais
que regem aqueles que participam de atividade física e esporte.
2. Faz-se necessário enfrentar as diretrizes negativas no esporte atual,
tendentes a afastarem-se do Movimento Olímpico, à introdução da
comercialização e do profissionalismo. Muitos cientistas no esporte
estão, cada vez mais, a serviço de ganhos materiais do esporte do
que em benefício da saúde, da qualidade de vida e da formação
integral do homem por meio do esporte de alto rendimento. Os
produtos das pesquisas são valiosos na medida em que possam ser
convertidos em mercadorias. Vendem-se projetos, resultados,
diagnósticos e o quanto mais possa influir no resultado desportivo
como fim e não como meio da formação integral do homem.
3. A subordinação do político e do social à economia impôs uma
ideologia mercantilista, neodarwinista, que aplica à sociedade os
princípios da sobrevivência do mais apto ou do mais forte; a
competitividade como paradigma se impõe na vida social e isto se
reflete no esporte e leva a ameaçar os princípios éticos das ciências
do esporte, da qual faz parte a Psicologia.
Diante destes problemas os psicólogos do Esporte de Alto Rendimento
têm grandes desafios para vencer, que englobam não só a preparação
científica, mas, também, e de maneira especial, a preparação
humanista, a qual coloca o homem como centro e propósito de toda a
atividade. (Ucha, 2006):
- a Psicologia do Esporte de Alto Rendimento, mediante as atividades
científicas de suas organizações, chegou a expandi-se por todo o
mundo, formando agrupamentos que possibilitam uma representação
em cada continente;
- a Psicologia do Esporte de Alto Rendimento, mesmo contando com um
volume considerável de conhecimentos produzidos, ainda deixa
pendente um sem número de problemas teóricos, metodológicos e
práticos por resolver, dentre os quais se destacam a não exposição de
uma teoria coerente e geral do papel das regularidades psicológicas na
atividade física e do esporte;
- é necessário o desenvolvimento de um enfoque multidisciplinar para
que a Psicologia do Esporte obtenha sua plena instauração na atividade
científica e nas aplicações práticas.
Em suma:
1. É necessário assinalar que os êxitos da Psicologia do Esporte de
Alto Rendimento não podem ser explicados exclusivamente pela
própria atividade dos psicólogos ou de suas organizações senão,
ademais, e de forma determinante, pelo desenvolvimento atual do
esporte em todas as suas manifestações e no contexto social,
econômico, cultural, político, e até por fatores de ordem geográfica, o
que nos leva diretamente à necessidade de uma visão ecológica da
Psicologia do Esporte.
2. Os processos de pesquisa em Psicologia do Esporte, entendidos
como construção de conhecimento sobre as realidades sociais que
lhe competem, têm que considerar o contexto no qual se
desenvolvem e as condições que levam as pessoas a responderem
aos desafios que este lhes apresenta. Os processos de investigação
são condicionados por um contexto, mas é neste que encontram sua
justificativa e pertinência, seu significado e legitimidade social.
3. A Psicologia do Esporte, por seu caráter social e humano como ramo
das Ciências Psicológicas e por constituir uma Ciência Auxiliar do
Esporte, deve ter como propósito o desenvolvimento harmonioso e
integral da personalidade daqueles que praticam atividade física e
esporte.
4. Requer incrementar a formação ideológica dos cientistas na área da
Psicologia do Esporte de maneira especial no conhecimento do
legado ético do movimento olímpico.
5. Necessita refletir acerca do esporte como função social.
6. Precisa alcançar o grau mais elevado de formação levando em
consideração os avanços e êxitos científicos e tecnológicos da
especialidade.
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