Sandro Lenzi
O movimento escapular é uma das bases do treino de dorsais e se este for usado corretamente, os resultados serão muito mais efetivos!
Se as escápulas não forem utilizadas de maneira correta, o treino de dorsais acaba sendo prejudicado, pois não a utilização dos músculos alvo de maneira integral. Com isso, temos vários músculos que deveriam ser sinergistas, sendo motor primário do movimento. Resultado, um treino menos eficiente e mais propenso a lesões. Mas antes de falarmos especificamente da influência do movimento escapular no treino de dorsais, temos que entender a cinesiologia das escápulas!
Escápulas, entenda a sua cinesiologia!
Para começar, veja este vídeo, didático e simples, sobre o movimento escapular:
As escápulas realizam uma série de movimentos, como a elevação dos ombros, adução (quando elas “fecham”), abdução (quando abrem), elevação frontal, rotação lateral e medial do úmero.
Desta maneira, as escápulas estão presentes em praticamente todos os movimentos da musculação para o treino de dorsais. Além disso, como elas tem atuação direta sobre os movimentos do ombro, inclusive no treino de peitoral, ocorre a influência do movimento escapular.
Mas falando de maneira específica do treino de dorsais, vou dar alguns exemplos de como o movimento escapular é fundamental para a sua eficiência e segurança.
Movimento escapular no treino de dorsais
Amos começar falando de alguns movimentos básicos. O primeiro movimento a ser analisado é a puxada na polia alta:
Perceba que este é um movimento composto por adução dos ombros e flexão do cotovelo. O foco aqui deve ser na adução dos ombros, para que possamos compreender a importância das escápulas neste movimento. O motor primário do movimento é o latíssimo do dorso, tendo auxílio do deltoide e dos músculos flexores do cotovelo.
No caso das escápulas, o latíssimo do dorso é o principal adutor da articulação gleno-umeral. Como as escápulas atuam diretamente neste movimento de adução, sua amplitude precisa ser levada em conta. Se a adução dos ombros for completa, mas a adução das escápulas não acontecer por completo no final da fase concêntrica, teremos uma perda considerável no estímulo. Da mesma maneira, se não houver uma abdução considerável na fase concêntrica deste movimento, teremos perda de potencial contrátil.
Partindo agora para outro movimento, a puxada na roldana baixa:
Temos também a participação dos movimentos escapulares como base para melhores ganhos. Partindo da execução mais comum, com a pegada supinada, teremos um movimento de extensão do ombro, o que faz com que a adução escapular se torne necessária. Neste contexto, novamente volto a frisar que se não houver uma adução completa das escápulas, você acabará perdendo em muito o potencial deste movimento, sobre os músculos da região dorsal.
Perceba aqui, que nestes dois movimentos básicos, mas que compõe a base para os demais movimentos do treino de dorsais, temos a necessidade do movimentocompleto das escápulas. Em ambos os casos citados, o movimento de adução das mesmas.
Com isso, além do trabalho que já ocorre naturalmente no músculo latíssimo do dorso, que é um dos maiores e mais fortes da região do dorso, ainda conseguimos uma forte atuação nas porções mediais e inferiores do trapézio e em músculos mais profundos, como é o caso dos romboides, por exemplo.
É lógico que a atuação das escápulas é um dos fatores a serem levados em conta na execução destes movimentos apresentados, mas sem sombra de dúvidas, elas compõem a base para ganhos mais acentuados. Sem isso, ficará difícil conseguir que estes músculos sejam solicitados da melhor forma possível.
Isso tudo deixa claro que muito mais do que apenas deslocar pesos, a musculação precisa ser pensada de maneira inteligente, com a correta utilização dos conceitos cinesiológicos e biomecânicos, para produzir um resultado mais adequado em termos de hipertrofia. Bons treinos!
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