quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

DESISTÊNCIA NA MUSCULAÇÃO

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Embora a musculação seja uma das mais praticadas formas de exercício físico, muitas pessoas  desistem  da  sua  prática,  seja  com  objetivos  esportivos,  estéticos  ou  terapêuticos.
Diversas razões têm sido identificadas como justificativas de desistência. Uma das mais frequentes razões de desistência é a impaciência para aguardar resultados. No caso de objetivos terapêuticos o fortalecimento muscular e a revitalização de tendões são as adaptações que permitirão melhorar a funcionalidade e controlar dores. Como todas as adaptações do organismo essas também ocorrem lentamente, com o passar dos meses, e a impaciência para aguardar resultados pode levar a desistência. A relutância em aumentar cargas de treino, geralmente por receio do piorar sintomas, contribui para a desistência porque nesse caso, mesmo com a passagem do tempo, as adaptações não ocorrerão da forma esperada.
Ainda na área terapêutica, contribui para a desistência a ocorrência de dores desencadeadas pelos exercícios. Isso pode ocorrer e não significa que o exercício tenha sido mal orientado. Exercício é sobrecarga e os limites de tolerância das pessoas com doenças crônicas articulares podem ser muito pequenos. Os profissionais bem formados sabem reduzir ao mínimo essa possibilidade e sabem fazer as adaptações necessárias quando ocorrerem dores durante ou após os exercícios.

Na área esportiva, uma das razões mais frequentes da desistência é a insatisfação com os resultados. A melhora do desempenho no esporte e a mudança na aparência física dependem em grande parte do aumento da força e da massa muscular. Considerando que essas adaptações são lentas, a impaciência pode levar a desistência. Por outro lado, a maioria das pessoas não tem condições genéticas para grandes pretensões em musculação e a frustração com pequenos progressos também pode levar a desistência. O treinamento excessivo, o estresse psicológico e a má alimentação são causas frequentes dos maus resultados em musculação, e esses aspectos precisam sempre ser considerados na orientação das pessoas.
A monotonia do treino pode desestimular pessoas, pelo que se recomenda que a musculação não seja orientada de forma inflexível nos aspectos técnicos dos programas. Contar repetições e series, medindo intervalos de descanso, pode ser conduta muito inadequada do ponto do vista comportamental. O ideal é treinar de forma mais instintiva.
Outra possível causa de desistência é a ocorrência de lesões, que não são frequentes na musculação. Para evitá-las, o treinamento não deve ter volumes ou intensidades excessivas e as técnicas de execução dos exercícios devem ser adequadas.
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Dr. Jose Maria Santarem

Médico fisiatra, doutor em Medicina pela USP, diretor do Instituto Biodelta, autor do livro Musculação em Todas as Idades e consultor científico da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício. www.treinamentoresistido.com.br

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