segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O que está impedindo que os seus resultados surjam?


Você já se perguntou por que não consegue realizar um movimento ou por que tem dificuldade na realização dele? Ainda, você já se perguntou quais são as limitantes que fazem com que isso ocorra? Se você, muito provavelmente pensa que a realização de um movimento é sempre necessário ou, se você pensa que a realização de outro movimento é sempre desnecessário, convido-o a entender um pouco mais do que podemos traçar como as dificuldades na realização de alguns movimentos, nas alterações musculoesqueléticas ou na falta de técnica correta na hora de executar um exercício ou movimento. Compreendendo esses aspectos, você poderá ter em mente, de maneira bem clara, se o caminho que você está seguindo na busca de movimentos específicos na musculação lhe é ou não conveniente, bem como, as possibilidades de modificações para que você tenha resultados melhores e promovendo uma maior segurança de seu corpo.
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Sim, esse é um assunto que parece complexo (o que de fato é) e confuso (somente quando não consegue-se compreender tais diferenças que aqui serão demonstradas), mas, de maneira simples, traçaremos alguns pareceres os quais o farão refletir melhor sobre a prática da musculação de maneira individualizada.

Musculação: A forma de ação dos músculos

Quando o assunto é a musculação, gosto sempre de ressaltar que ela nada mais é do que a “ação muscular”, ou seja, a cinética e cinemática (ambas, aliadas) do corpo humano, aliados, claro, a sua biomecânica, tornando possível a realização, portanto, das inúmeras ações do corpo.  Obviamente, essa não é uma definição clara do que possa ser considerado como a ação do músculo, entretanto, de forma simplória, utilizaremos isso como base.

Se tratando de “movimentos” e, portanto, entendendo que essa é a ferramenta da prática de musculação, podemos entender que é justamente através da sua manipulação conveniente é que conseguimos os resultados os quais desejamos. Entre outras palavras, quando manipulamos variáveis tais quais a forma de movimento, as privações de movimentos, a intensidade, duração, sobrecarga entre outros sob o ato de “mover-se”, conseguimos gerar efeitos diferentes em cada situação e, sendo assim, conhecendo quais são os efeitos tradicionais de cada uma delas, torna-se possível uma melhor compreensão de como atuar com o movimento em si, algo que, inúmeras disciplinas fazem, como a Educação Física, a Fisioterapia etc.
Se a forma de manipular o movimento estiver inconveniente e/ou inadequada, com certeza os resultados não serão interessantes. Analogicamente, se um padeiro colocar ingredientes errados em seu pão, seja na quantidade ou tipo ou mesmo alterar processos fundamentais de produção, isso poderá comprometer os resultados finais. Dessa forma, se não bem guiado o movimento, ele também poderá não só fazer os resultados se tornarem nulos, mas, principalmente, poderá acarretar prejuízos os quais podem até mesmo ser irreversíveis. Portanto, conhecer essas variáveis é sempre fundamental para quem lida com a prática física, seja ela qual for.

A biomecânica natural do corpo

Claro que ao falar de movimentos do corpo humano, temos de tratar da biomecânica natural do Hommo Sapiens Sapiens, a qual possui particularidades singulares, como a movimentação dos dedos, a estabilidade como bípede entre outras. Dessa forma, existem alguns movimentos os quais podemos considerar como “padrões de movimento”, ou seja, movimentos os quais são naturais de um ser humano o qual esteja com seu aparelho neuromotor e musculoesquelético normal (típico), ou seja, sem alterações atípicas.
Esses padrões de movimentos são basicamente nosso primeiro guia na hora de trabalhar com os movimentos. Isso porque, sabe-se que comumente uma pessoa, para estender a perna, necessita mexer a articulação dos joelhos portanto, com a extensão dos músculos da coxa e de parte do quadril (quadríceps, por exemplo), consegue-se tal feito.  Isso é natural de todo ser humano. Porém, e quando o mesmo ser humano não consegue realizar esse movimento adequadamente, tem dificuldades na realização desse movimento ou lhe é ensinado, ainda na infância (supondo que ele não aprendesse os movimentos de maneira natural e sozinho, claro, o que não acontece na vida real) uma forma incorreta de promover essa extensão da perna? Quais seriam as causas e, o que isso pode ter haver com a prática da musculação?
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Parece que não, mas a identificação de quais são os problemas que impedem ou dificultam esse movimento é a forma mais importante de se identificar como se deva trabalhar com dado indivíduo na musculação. Sem o entendimento desses fatores, estaremos entrando em uma generalização burra a qual não terá quaisquer efeitos benéficos.
Mas, quais seriam esses fatores? É justamente sobre isso que iremos continuar adiante…

A dificuldade na realização de um movimento

Quando falamos em ter dificuldade para realizar um movimento, podemos trazer como causas alterações no sistema neuromotor, carência de determinados tipos de fibras musculares, o enfraquecimento muscular devido a perda de algum movimento durante o decorrer da vida, alterações no sistema musculoesquelético, como o encurtamento de algum músculo ou a danificação de alguma articulação ou outra estrutura mole entre outros inúmeros fatores. Ainda, questões psicológicas podem deixar um movimento “difícil”. Essas limitações devem pouco a pouco ser quebradas a fim de trazer maior segurança ao indivíduo na hora de realizar os movimentos em questão.
Apesar das dificuldades, isso não quer dizer que o indivíduo não possa realizar o movimento (mesmo que de maneira parcial) e, cabe-nos ver o custo X benefício de auxiliá-lo a recuperar esse movimento, o que na maioria dos casos deve ser feito. Quando há dificuldade, não há necessariamente um impedimento, logo, não há porque não tentar reabilitar um movimento o qual tenha sido perdido.
Claramente, as progressões para o auxílio na facilitação desse movimento devem ser progressivas e, em minha opinião, sempre que possíveis, devem ser feitas com o próprio corpo do indivíduo, até que ele tenha um completo domínio sob o seu movimento.
Muitas vezes, de maneira errônea, adiciona-se uma sobrecarga intensa nesses indivíduos sem antes trabalhar a facilitação de movimentos. Assim, trabalhando com sobrecargas e privando o movimento, pode-se agravar ainda mais um problema e, se quebra, não se consegue um perfeito trabalho de movimentação daquela região alvo.
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Ter dificuldade em um movimento não é deixar de realiza-lo. Pelo contrário, você deve insistir a fim de aprimorar suas capacidades. Analogicamente, imagine uma criança a qual tem dificuldades em sua caligrafia. Certamente, a prática poderá não deixa-la perfeita, mas, poderá otimizar bem esse aspecto.
dificuldade em um movimento é um dos problemas menos graves dos 3 mencionados no título desse artigo e você entenderá porque logo adiante…

Alterações musculoesqueléticas

Assim como há um padrão de movimentos no ser humano, também há um padrão em suas constituições musculoesqueléticas. Imaginemos, por exemplo que, todos em condições típicas tem dois bíceps braquiais, dois tríceps braquiais e dois surais, um reto de abdômen e assim por diante… Obviamente, eles variarão pelo tamanho, composição das fibras, densidade etc, de pessoa para pessoa. Porém, um bíceps maior ou menor, não deixa de ser um bíceps, certo?
Apesar dessa similaridade da espécie, há variações, como mencionadas, as quais devem ser precisamente avaliadas na hora de se propor quaisquer tipos de atividades físicas. Por exemplo, imagine um indivíduo que tenha alguma alteração que o impossibilite de agachar a fundo, como ossos longos do fêmur. Não necessariamente por encurtamentos musculares, mas, por sua constituição natural, seria imprudente fazê-lo agachar extremamente profundo sem, por exemplo, colocar-lhe calços nos calcanhares, a fim de melhorar sua amplitude e diminuir a tensão tanto na lombar quanto nos joelhos. Essa é uma alteração natural do biótipo do indivíduo, por exemplo, entre outras muitas as quais podem existir, como, por exemplo, pessoas com uma natural retroversão pélvica, a profundidade do acetábulo do indivíduo, bem como sua anteriorização etc.
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Porém, existem também aquelas alterações musculoesqueléticas as quais são derivadas de problemas ou desenvolvimento atípicos, propriamente ditos. É o caso de encurtamentos musculares (seja de nascença ou desenvolvida por uma lesão, falta de atividades físicas etc), um osso menor do que o do outro lado, ou mesmo uma coluna vertebral a qual não está devidamente bem alinhada, em uma pessoa que possa sofrer de escoliose, hiperlordose ou que tenha uma cifose muito acentuada.
Essas condições devem ser levadas em consideração para usar um dado movimento ou não, bem como para a prescrição geral de quaisquer exercícios físicos.
E você consegue perceber a complexidade que há nesse assunto e, o quão importante é uma devida avaliação física no ginásio antes que sejam prescritos quaisquer exercícios físicos? Claro e, nos perguntamos ainda: quantas são as academias que proporcionam isso (que é básico) aos seus clientes… Muito provavelmente nenhuma.
Dessa forma, se não temos um profundo conhecimento das condições anatômicas, estruturais e de possíveis variáveis as quais causem alterações musculoesqueléticas significativas, certamente teremos prejuízos na prática física, incluindo o agravamento de lesões ou pior: gerando lesões.

A falta de técnica correta

O terceiro e último ponto a ser levado em consideração diz respeito a utilização de técnicas corretas no hora de executar um movimento, seja ele qual for. Mesmo um movimento simples como a rosca direta, requer uma boa técnica para ter uma eficiência e, claro, segurança. Não  o simples fato de flexionar os cotovelos que o farão ter eficiência no trabalho dos bíceps.
Grande parte das pessoas não terão impedimentos na realização de movimentos por questões de alterações musculoesqueléticas significativas. Ainda, boa parte delas, mesmo com dificuldades, consegue executar um movimento. Porém, começam a existir os platôs e isso normalmente se dá pela falta de técnica correta.
Claramente, a maioria dos ginásios, ou melhor, a maioria dos professores “mequetrefes” de academias não tem quaisquer vestígios do que se pode chamar de técnica correta. Pautada por livros, muitas vezes, de pessoas que nunca entraram em uma sala de musculação, acabam se sentindo os donos da verdade e utilizam de técnicas, ou melhor, de feitos totalmente inadequados para realizar um movimento qualquer, ou ainda, jogam o indivíduo em uma máquina para poupar seu trabalho (que já não vale muito, diga-se de passagem).
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Óbvio, sem uma técnica correta, fica muito mais difícil quebrar regras e superar limites, além de executar de maneira básica o movimento. Como mencionado, não é o simples fato de flexionar os cotovelos que efetivarão um bom trabalho nos bíceps. E isso, porque estamos falando de um movimento muito simples. Imagine se estivéssemos falando de movimentos complexos como um agachamento livre ou o próprio Levantamento Terra?
Não é obrigação sua, aluno, conhecer técnicas corretas, mas sim, exigir que elas sejam passadas convenientemente para você. Pode parecer algo muito singelo “agachar flexionando os joelhos” ou pode parecer muito superficial pensarmos que é necessário falar de técnicas no uso de movimentos, mas não, TÉCNICAS SÃO NECESSÁRIAS. Sem elas o risco de não termos sucesso, é altíssimo. Não é por acaso que tudo bem feito é regido por técnicas: Construções, processos industriais, processos médicos etc. Tudo tem sua melhor forma para ser feito.
Conclusão:
Você não necessariamente pode ter notado itens importantíssimos durante sua prática física ou, pode ter notado sem perceber do que se tratava. Porém, certamente com o esclarecimento de alguns pontos os quais foram sugeridos nesse texto, você irá entender o porque muitas coisas ocorrem com os seus exercícios físicos e assim, poderá buscar forma de corrigi-los ou mesmo otimizar seu treino, seja através da auto-observação ou mesmo da exigência de qualidade em seu atendimento no ginásio o qual és matriculado.
Portanto, observe sempre detalhes os quais fazem tremenda diferença na musculação e tenha não só maiores resultados, mas, melhor segurança e longevidade no esporte também.
Bons treinos!

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