O Extremo não é algo bom em nenhum sentido de nossa vida, e na Musculação e na Dieta não é diferente! Conheça 6 ações Extremistas, que provavelmente você cometa (ao menos 1 delas) e que podem estar atrapalhando seus resultados e objetivos!
As nossas mães já falavam: “Nenhum tipo de excesso é bom, tudo precisa de um equilíbrio”, e a verdade é que elas estavam certas. Mas infelizmente muitos ainda não conseguiram entender bem esta frase e acabam por fazer do excesso algo rotineiro na vida.
Há pessoas que comem demais, há pessoas que comem de menos… Há pessoas que praticam esportes demais, há pessoas que praticam esportes de menos… Há pessoas que estudam demasiadamente, e outras que se quer estudam… Alguns são calmos a ponto de irritar, e outros frenéticos ao ponto de deixar qualquer pessoa a seu lado maluco… Seja qual for o seu extremo, ele não é bom, pois devemos manter-nos o máximo equilibrados possíveis para conseguir consolidar ações racionais, lógicas e que tenham objetivos claros e coesos com o que desejamos.
E quando trazemos o extremismo para o lado da musculação, podemos identificar alguns padrões que se repetem na maioria das pessoas (principalmente pessoas mais leigas no assunto), muitas pessoas cometem extremos em suas dietas ou mesmo em seus treinamentos, fazendo com que os resultados sejam significantemente comprometidos e fazendo com que elas possam prejudicar sua saúde e integridade física.
Como sabemos, a musculação e a alimentação requerem equilíbrios, pois o nosso corpo busca esse equilíbrio a todo momento… E se você não der isso a ele, ele vai te “forçar” ao equilíbrio, pelo menos em níveis fisiológicos. Por exemplo, se você corta um macronutriente que promove energia ao corpo, ele irá começar a buscar energia de outras fontes, fazendo com que, talvez, ele acumule mais energia, para que não haja déficit no futuro, causando um efeito contrário do que você esperava ao cortar aquele macronutriente, entende? O corpo busca equilíbrio a TODO MOMENTO!
Pensando nisso, neste artigo falaremos um pouco mais a respeito de 6 ações extremas que foram muito divulgadas, mas que não irão te trazer benefícios e podem estar comprometendo seus resultados e arruinando seu físico e sua saúde. Tenho certeza que você irá se surpreender como, muitas vezes, você pode estar fazendo algo do tipo sem nem ao menos saber os motivos.
Vamos lá?
Índice do Artigo:
1- Cortar o sal (sódio da dieta)
Cada vez mais as políticas para redução no consumo de sódio são vistas na sociedade contemporânea. Isso se deve em parte ao consumo hiper-sódico da maioria da população, fazendo com que haja propensão para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, para o acúmulo excessivo de água no corpo, entre outros problemas. Além disso, consideremos que alguns tipos de hipertensões, por exemplo, são induzidas pelo sódio e, nestes casos, há a necessidade de restringir um pouco mais este micronutriente.
Entretanto, o que ocorre é um extremismo por parte de algumas pessoas as quais decidem tirar o sódio de sua dieta, simplesmente por acharem que isso irá fazer com que elas retenham menos água e, portanto, consigam ter uma definição melhor… Porém, este é um grande erro.
Em primeiro lugar, fazendo isto, você deixa de consumir um dos mais importantes micronutrientes para o corpo. O sódio é responsável por gerar potenciais de membrana e permitir que haja então os impulsos nervosos, resultando na neurotransmissão, na contração muscular entre outros processos fisiológicos de vital importância. O sódio ainda controla os fluídos do corpo, a osmolaridade sanguínea, auxilia na absorçãoda gicose nos canais SGLT-1 no intestino entre outros.
Porém este não é o único problema de restringir o sódio: Quando fazemos isto, por mecanismos rebote, o corpo secreta maiores quantidades de ADH, o hormônio antidiurético e, com isto, faz com que o corpo reabsorva maiores quantidades de água, resultando então em maior acúmulo de água no corpo, ao invés de reduzí-la.
É óbvio que se você é uma pessoa hipertensa, possui doenças cardiovasculares entre outros problemas do tipo, pode necessitar de um controle maior do sódio na dieta, mas, isso não quer dizer restringir por completo este nutriente. Agora, imagine ainda se você e um indivíduo saudável… Aí sim que você não deve restringir o sódio da dieta.
Claramente, não restringir o sódio da dieta não quer dizer que você deva se entupir de sódio. Um balanço adequado faz-se fundamental para que se tenha resultados, de fato.
Uma boa dica para saber o quanto de sódio você deve consumir diariamente, basta você ir no feeling. Não precisa salgar sua comida, mas, ao mesmo tempo, não precisa tirar o sal por completo da dieta. Comece usando alguns molhos sem gordura e com baixo teor de açúcar (barbecue, mostarda, ketchup, molhos de pimenta etc) e isso já acrescentará boas quantidades na sua dieta e, sem exageros.
Lembre-se ainda: Não considere fontes inúteis de sódio como refrigerantes e sucos. A quantidade presente neles é mínima e não irá afetar seus resultados.
APRENDA PORQUE >>> Não Cortar o Sal da Dieta para Emagrecimento
2- Fazer aeróbios em jejum todos os dias
Há pessoas que estão tão dentro desta onda de aeróbios em jejum que acabam aderindo-o como estilo de vida. Mera ilusão! Aeróbios em jejum podem ser interessantes para alguns indivíduos em casos específicos, mas, não para meninas de 65kg que querem perder mais peso e se esquecem do quão importante é a massa muscular para se ter um bom shape.
Na realidade, aeróbios em jejum podem ser altamente lipolíticos, mas, se eles forem constantes, o corpo passa a não responder mais desprendendo energia e começa a ficar resistente para isso. Além disso, você passa a entrar em estados catabólicos, que resultarão na perda de massa magra e, consequentemente na queda metabólica basal, resultando em menor perda de gordura.
Você perceberá com o tempo que aeróbios em jejum também prejudicam o seu treinamento com pesos.
Portanto, utilize aeróbios em jejum esporadicamente e em quantidades sempre moderadas. Lembre-se que o excesso deles somente trará prejuízos ao invés de benefícios.
ASSISTA AO VÍDEO >>> Principais Erros Cometidos no Aeróbio em Jejum
3- Tirar os carboidratos da dieta
Parece que este é o macronutirente mais temido pelos homens: O carboidrato. A principal fonte de energia do corpo, formada por carbono, hidrogênio e oxigênio. Os carboidratos são fontes fáceis de energia por nosso aparelho metabolizador, mas ainda, eles são excelentes substratos para alguns estímulos específicos, como o da serotonina, por exemplo.
Os carboidratos são fundamentais para a dieta atual do ser humano, mas, muitas pessoas, frente também a políticas extremas ou mesmo achismos passam a excluí-los de sua dieta e sofrem prejuízos com isso.
Apesar de saudáveis, os carboidratos se estiverem em excesso podem prejudicar o corpo e a saúde e, o que vemos hoje em dia com a superalimentação das pessoas é justamente esses excessos ocorrerem. E com isso, passam a surgir também as tais políticas para restrição dos carboidratos das dietas. Mas, essas políticas muitas vezes passam uma informação que, para o leigo, torna-se mal compreendida.
Primeiramente, temos que entender que há uma boa diferença entre dietas low carb, dietas zero carb e dietas equilibradas. As dietas low carb, normalmente são interessantes de serem usadas em momentos os quais você precisa perder um pouco de peso. Elas possuem a vantagem de ter uma restrição energética, promoverem um controle melhor dos níveis de glicose sanguínea entre outros. Mas, ao mesmo tempo que elas fazem isto, não deixam de fornecer nutrientes importantes ao corpo.
Já as dietas zero carb, não possuem carboidratos na rotina alimentar, podendo assim trazer prejuízos e danos momentâneos ou duradouros. Essas dietas costumam fazer o metabolismo ficar muito rápido nos primeiros dias, mas depois, entra-se em um efeito platô, resultando em incapacidade de perder peso.
As dietas equilibradas não tem restrições de nenhum dos macronutrientes e, o saldo energético é o que mais importa.
A grosso modo, podemos dizer que no caso da dieta low carb e da dieta equilibrada, não teremos prejuízos, visto que estaremos fornecendo energia e compostos importantes ao corpo. Já nas dietas zero carb, isso não acontece. E entenderemos o porquê.
Primeiramente, você deixa seus níveis de AMPc baixos demais a ponto de dificultar o ciclo de Krebs e, portanto, isso dificultará a perda de gordura. Segundo porque como mecanismo rebote, seu corpo irá preservar energia, fazendo com que ela tenda a ser armazenada e seu uso como fonte de energia seja dificultado. A tendência de perder massa muscular e, consequentemente, desacelerar o metabolismo também é muito grande. Aliás, a própria perda de massa magra é algo que pode afetar o sistema musculoesquelético e seu bom funcionamento.
Dietas zero carb também podem ter um fator negativo na produção hormonal e de neurotransmissores, pode dificultar a capacidade de raciocínio (visto que o cérebro é dependente de glicose) entre outros pontos.
Por fim, não podemos deixar de comentar sobre os fatores psicológicos de uma restrição brusca de carboidratos. O indivíduo normalmente ficará com muita vontade de se alimentar com alimentos ricos em carboidratos e esta restrição traz um efeito negativo no seu psicológico. Uma hora ou outra, ele irá furar a dieta e com isso irá jogar fora os seus resultados conquistados com a dieta zero carb.
Portanto, pense sempre no equilíbrio. Retirar os carboidratos de maneira extrema da dieta somente irão resultar em prejuízos.
4- Treinar sempre até o limite
Treinar até o limite é bom? Sim e você deve fazer isso. Mas, de maneira inteligente, você não deve pensar apenas em “limites”, mas sim, em “objetivos”. Sendo assim, a cada treino você deve ter um objetivo a ser conquistado, e deve atingi-lo.
Alguns dias, realmente você irá precisar se esforçar até um limite extremo para consegui-los. Mas, em algumas vezes, não será necessário tanto sacrifício.
É importante criar limites desafiadores, mas plausíveis de serem atingidos. Se eles não forem desafiadores, você logo irá entrar em um estado submáximo de treinamento. Porém, se eles forem surreais, você irá se decepcionar ao ver que não é possível alcança-los.
Treinar com inteligência e com lógica é muito importante. Isto fará com que você tenha um mapa do seu planejamento, fará com que você consolide resultados progressivos dia-a-dia e, principalmente, fará com que você esteja em uma zona não de conforto, mas de segurança para que não acarrete lesões ou outros contratempos.
Portanto, pense sempre que você deve criar os limites a serem atingidos e as metas a serem cumpridas naquele dia.
5- Cortar o glúten e a lactose da dieta
Não há se quer um estudo que mostre que retirar esses nutrientes da dieta traga benefícios, salvo se você tiver algum problema de saúde ligado ao consumo deles como intolerância à lactose, doença celíaca, alergias etc.
Porém, a mídia vem popularizando cada vez mais que as pessoas retirem esses nutrientes de suas dietas, quando na realidade, a retirada não traz benefício algum.
O glúten nada mais é do que uma proteína de origem vegetal o qual é metabolizado pelo corpo de indivíduos sadios tranquilamente. Ele possui sim alguns efeitos inflamatórios, mas, ao mesmo tempo, não vai fazer com que você “fique doente” por causa disso, pois, seu corpo está apto para combater estes problemas.
Já a lactose, nada mais é do que um dissacarídeo formado pela glicose e pela galactose em uma ligação beta 1>4. No trato gastrointestinal ela é hidrolisada e a galactose e a glicose podem ser absorvidas tranquilamente, como quaisquer outros monossacarídeos.
Há de se dizer que é mais fácil que você venha a desenvolver carências nutricionais, como falta de vitaminas do complexo B com a restrição do glúten, ou falta de cálcio com a restrição á lactose, que está presente em leite e derivados, ricos em cálcio de alta biodisponibilidade.
Assim, não acredite em mitos. Mais do que restringir este ou aquele nutriente, é fundamental equilibrar sua dieta, proporcionando ao corpo um pouco de tudo.
Conclusão:
Existem ações extremáticas na dieta que, a princípio podem parecer benéficas, mas, analisando com um olhar um pouco mais clínico, são extremamente prejudiciais. Portanto, vale a pena sempre se atentar a elas para não as cometer.
Além disso, há necessidade de entender como melhorar alguns pontos os quais talvez não estejamos fazendo corretamente, a fim de que possamos ter bons resultados estéticos, na saúde e na qualidade de vida.
Bons treinos!
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