quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Adoçantes artificiais fazem mal a saúde ?

 

Há uns anos atrás eu olhava para a lista de ingredientes para ver se no rótulo continha a palavra Aspartame (adoçante artificial). Se o produtivo tivesse Aspartame, eu passaria bem longe.
Nos documentários eles falavam de estudos feitosem ratos que demonstravam que o Aspartame poderia ser cancerígeno. Consoante fui aprendendo sobre nutrição e estudando um pouco acerca dos adoçantes artificiais, é ai que eu percebi o quão sensacionalistas as acusações eram.
Atualmente, a minha ideia em relação a alguns adoçantes artificiais, incluindo o Aspartame, é muito diferente do que era há uns anos atrás. Já não penso quais devo evitar a todo o custo, mas sim quais devo procurar consumir em substituição ao açúcar.

Adoçantes artificiais fazem (ou não) mal a saúde ?

Muitas vezes, alvos de debate, os adoçantes artificiais são cada vez mais consumidos pelo ser humano. Eles são substâncias químicas que têm como função adoçar os alimentos onde são adicionados. E são geralmente consumidos pelo fato de serem doces e não terem calorias, o que pode ajudar aqueles que querem perder peso ou simplesmente excluir o açúcar refinado da dieta.
Nos dias de hoje, as maiores entidades de saúde mundial os consideram seguros para consumo, por isso são adicionados em vários alimentos. Mas com tanta informação circulando pela internet falando sobre os perigos do seu consumo, será que devemos realmente evitar a sua ingestão ?
Muita gente especula que adoçantes artificiais poderão, na verdade, ajudar no ganho de peso, isto porque eles fazem com que o nosso corpo pense que vai receber calorias (açúcar de verdade). Como o corpo acaba não recebendo, isso faz com que nós procuremos consumir alimentos calóricos, o que nos leva a comer mais calorias e a ganhar peso.
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Na verdade, muitos dos alimentos que consumimos hoje em dia com adoçantes artificiais contêm calorias, e sabemos também que consumir alimentos sem calorias mas com adoçantes não calóricos não fazem aumentar os níveis de açúcar no sangue, e que de fato nos ajuda a perder peso. Pelo menos, é o que estudos recentes, feitos em humanos e não em ratos, demonstram. Por experiência própria, e dos meus clientes, também posso dizer que os adoçantes artificiais os ajudaram a controlar o peso mais facilmente.

Mas e em relação ao câncer? Não nos devemos preocupar com isso?

Os estudos que chegaram a demonstrar que os adoçantes poderiam causar câncer foram feitos em ratos, além de que as doses administradas foram massivas.
Colocar isto numa perspectiva diferente talvez lhe ajude a perceber o porquê destes estudos serem duvidosos.
Apesar de seres humanos e ratos partilharem algumas semelhanças metabólicas, existe uma grande diferença entre nós e eles, a mais óbvia é que a nossa expectativa de vida é muito maior. Ratos vivem cerca de dois anos.
Uma refeição para um rato é algo muito mais importante do que uma refeição para um ser humano. Enquanto que nós seres humanos levamos cerca de 4 dias até ter uma perturbação metabólica (ou o nosso cérebro) os ratos apenas necessitam de uma refeição!
Outro aspecto que torna muitos dos estudos feitos em ratos irrelevantes é o fato das doses administradas serem absurdas! Por vezes dão aos ratos doses que nem mesmo um ser humano conseguiria usar em um dia, sequer em uma refeição.
E mais uma vez, os estudos feitos em humanos até então, não demonstram um agravamento no câncer devido ao consumo de adoçantes artificiais. Ainda é muito cedo para saber das suas implicações, mas pelo menos sabemos que é relativamente seguro, e que é uma escolha infinitamente melhor do que o açúcar.
Abaixo segue uma lista de 4 adoçantes artificiais para consumo e com as doses relativamente seguras para serem consumidos.

Aspartame

Como referi em cima, este deve ser o adoçante que as pessoas mais temem (eu já fui um deles: lembro de não consumir chicletes diet por terem aspartame).
Só para terem uma ideia a FDA (Food and Drug Administration) tem como dose aceitável para  consumo diário 50mg/Kg – o equivalente a uma pessoa beber quase 20 latas de coca-cola zero por dia!
O adoçante não contém calorias e é seguro para consumo, caso contrário não seria aprovado pelas maiores instituições de saúde mundiais.

Acesulfame-K

O acesulfame-K é um adoçante cerca de 200 vezes mais doce do que o açúcar de mesa e também não possui calorias por não poder ser metabolizado pelo ser humano.
Os estudos feitos em humanos são poucos, no entanto tudo indica que o seu consumo é seguro.

Sucralose

Apesar da sucralose ser feita do açúcar, o corpo humano não o reconhece como sendo açúcar, o que faz com que não seja também metabolizado – não possuí calorias.
A dose aceitável para consumo é de 5mg/kg mas em média consumimos apenas 1.6 mg/kg. Estudos feitos em humanos não reportaram qualquer efeito nocivo, o que faz deste adoçante seguro para consumo.

Sacarina

Provavelmente um dos adoçantes mais antigos, a sacarina foi descoberta em 1879. Apesar de nos dias de hoje não estar presente em praticamente alimento nenhum, a sacarina já foi também alvo de ataques por algumas organizações. Esses ataques deveram-se ao fato de alguns estudos feitos em roedoresdemonstrarem uma relação entre o seu consumo e o cancro da bexiga. Depois disso fizeram estudos em humanos e descobriram que o ser humano digere sacarina de uma forma diferente dos roedores.
Como já mencionado aqui neste artigo, ainda é cedo para se dizer se o seu consumo a longo prazo poderá causar cancro, mas há provas que indicam que o seu consumo em baixas quantidades não causa problema algum, o que faz dele um adoçante artificial seguro para consumo. Além disso, a sua utilização nos alimentos é muito menor quando comparada a outros adoçantes.

Conclusão

Apesar do que aqui foi dito é sempre bom deixar claro: assim como qualquer alimento, adoçantes artificiais, se consumidos em excesso, poderão causar problemas de saúde.
Falei também brevemente sobre a ajuda dos adoçantes para a perda de peso, mas será que consumir adoçantes irá realmente ajudar-nos?
A resposta é depende. Existem alguns estudos que demonstram que algumas das pessoas que consomem adoçantes artificiais ganham mais peso do que as que consomem açúcar regular. Isto está predominantemente relacionado com o fato de que as pessoas quando sabem que estão a consumir alimentos light, ou sem calorias, caírem no erro de se recompensarem com mais comida através de outras fontes, o que as leva, frequentemente, a consumirem mais calorias do que se tivessem consumido a versão normal. Isto não é muito diferente do What-The-Hell Effect.
Ainda assim, vários estudos recentes demonstram que as pessoas que substituem o açúcar pelos adoçantes perderam peso e gordura corporal.
Então, se você deve ou não consumir adoçantes, a minha resposta é a seguinte: Para crianças, mulheres grávidas e mães que estão a amamentar, o seu consumo talvez deva ser evitado. Há ainda pessoas que pressentem (ou que realmente sentem) ter dores de cabeça ou sentem-se mais depressivas após o seu consumo. Se você sente algo ruim quando usa adoçantes artificiais, simplesmente não use.
Para todo o resto, disfrutem da gelatina sem açúcar, da coca-cola zero e dos produtos light que existem. Entre consumir açúcar refinado e adoçantes artificiais em dosagens normais, é infinitamente melhor ficar com os adoçantes.
Texto por Tiago Soares do canal de YouTube – Step Up My Body
Referências
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